PSA x PSC
Extremamente contagiosa entre suídeos e oriunda do vírus Asfarviridae (vírus com DNA de fita dupla), o vírus não agride aos seres humanos, sendo unicamente transmitidas entre suídeos domésticos e selvagens (cruzamento de suínos domésticos ou javalis).
É uma doença multissistêmica que está no grupo de doenças hemorrágicas, e é causadora de lesões em suas fases agudas e hiperagudas
Percebida desde o começo do século XX, foi observada primeiramente nos hemisférios africanos e em sua origem era muito confundida com a PSC (Peste Suína Clássica), por ter aspectos clínico-patológicos semelhantes. Após algumas observações foi constatado que as duas enfermidades são dessemelhantes. A suspeita inicial da perturbação deste vírus se baseia em cima dos sinais clínicos de doença hemorrágica, contudo, técnicas laboratoriais são de grande importância para se confirmar o diagnóstico.
Tanto a PSA (Peste Suína Africana) quanto a Clássica são doenças virais causadoras de grande perda monetária. Entretanto, ambas possuem um vírus diferente do outro. Enquanto a PSC é originária de um vírus da família Flaviviridae, gênero Pestivirus e com genoma RNA, a PSA é causada por um vírus DNA da família Asfarviridae e com gênero Asfivirus. Ambas são parecidas clinicamente falando, por isso é preciso ser feito uma análise laboratorial diferencial.
Nosso país é reconhecido mundialmente por ter grandes partes do território nacional livre da PSC, inclusive, contamos com um programa nacional de controle da doença. Nos anos 70, a PSA esteve em nosso solo, porém esse mal foi arrancado pela raiz e nos dias de hoje o vírus é exótico em nosso país. Para o nosso deleite, ambos vírus não causam a doença em humanos.
Como é dito em seu nome, é um vírus nativo da África. A doença se firmou por muito tempo em território africano, após ter acontecido a transmissão em suídeos selvagens por uma espécie de carrapato. Nestes suídeos selvagens nativos do país, não é possível se observar a doença. Nos anos de 1920 a doença se alastrou para suínos domésticos no território do Quênia e continuou se disseminando para boa parte dos países da África Subsaariana. Durante os anos 60 a doença chegou até Portugal através de restos alimentares de aviões que tinham produtos derivados da carne dos suínos contaminados com a PSA. Permanecendo em estado de endemia em Portugal e Espanha até por volta dos anos de 90, continuou a se espalhar por países europeus, do Caribe e até a América do Sul.
O vírus foi visto pela primeira vez em território nacional em 1978, na cidade de Paracambi, situada no Rio de Janeiro. Os suínos da área foram alimentados com restos alimentares contaminados com o vírus vindos de Portugal. Hoje em dia o Brasil é considerado livre do vírus, assim como vários outros países que também tiveram a doença erradicada de sua nação. O caso mais recente da doença aconteceu em setembro de 2018, detectado em suínos subsistentes na China, Romênia e também atingiu javalis na Bélgica.
A contaminação é feita por um vírus DNA da família Asfarviridae. Até hoje já se foi identificado mais de 20 tipos diferentes do vírus. Boa parte de seus genótipos são extremamentes infecciosos e contagiosos, acarretando altas taxas de mortalidade. A PSA têm o atributo de se espalhar-se rapidamente e o principal meio de transmissão da doença é pelo contato direto entre suínos infectados e não infectados. sendo eles domésticos ou selvagens. A doença pode ser transmitida por meio da ingestão de carne suína contaminada com o vírus (este tem sido o método mais comum em que o vírus se alastrou por inúmeros países). Uma forma menos frequente de transmissão é feita por carrapatos, ao sugarem sangue de suínos contaminados e posteriormente se alimentando de outros suínos. Além disto, suínos domésticos e selvagens são afetados pelo vírus, porém não causam a doença em suídeos asselvajados nativos da África (warthogs e bush pigs).
Sintomas
Hemorragia, levando à morte;
Articulações e orelhas azuladas;
Ausência da coordenação motora;
Febre;
Abortos e esterilidade;
Fetos mortos ou com crescimento retardado;
Vômitos e diarréia;
Além dos sintomas citados, também é comum da doença os porcos se agruparem pelos cantos dos chiqueiros e pocilgas, levando de quatro à sete dias para o animal entrar em óbito desde o início dos sintomas.
A prevenção da doença deve ser feita atrelada às diferentes fases de criação, tendo cercas apropriadas que evitem outros animais a entrar no lugar e mantendo higienizado as instalações e veículos de transporte do animal. É de demasiada importância você ter um conhecimento prévio da origem dos animais que estiver adquirindo e fazer uma quarentena desses mesmos, lembrando sempre de manter as botas e mãos desinfectadas, principalmente se você for responsável pelo cuidado dos animais. Este é um vírus que se deve ter muita cautela, pois se trata de uma doença que não se tem tratamento.